quinta-feira, 9 de outubro de 2008

TA NA HORA DO DESIGN PARAR PARA PENSAR


Você já repetiu tantas vezes uma palavra que teve a sensação de que ela perdeu o sentido? Isso acontece bastante em relacionamentos. Quando gostamos muito de alguém, queremos que essa pessoa se sinta segura. Assim, dizemos tantas vezes eu te amo, eu te amo, eu te amo, que num determinado momento, a repetição acaba gastando o sentimento da expressão. Aí, é hora de parar pra pensar e lembrar o que ela realmente significa.

Hoje em dia, temos a impressão de que ninguém mais lembra o significado de design. Uma palavra tão simples, que faz parte do nosso dia-a-dia de tantas formas diferentes. Você assiste a um comercial que fala do novo design da escova de dentes, lê um anúncio do novo design do carro, vê o rótulo da água mineral fazer alarde do novo design da garrafa. Mas será que design é só isso? Uma roupa nova?

Existe uma máxima do design que diz que a forma é a função. Ou seja, o design não é só a roupa nova, mas também a preocupação para que serve essa roupa. Uma preocupação importante, não é mesmo? A roupa que se usa para ir a um casamento não é a mesma que se usa para ir à praia. Mas não estamos esquecendo de alguma coisa? Será que não existe um pequeno universo entre o conceito de forma e o conceito de função?

E quanto à função do próprio design? Pra que ele serve? Design é uma profissão? Design é uma atividade econômica? Design é arte? Design é entretenimento? Design pode ter uma função social? Design pode não ter uma função? Design pode ser fantasia? Design pode ser otimismo, esperança e bom humor?

Todas essas perguntas são muito importantes, e cada uma delas tem muitas respostas. Quem tem interesse em design deve encontrar a sua própria resposta. Mas, se procurarmos todos juntos, tudo pode ficar mais fácil. Entre na discussão. Visite o site. Um apaixonado nunca pode esquecer o que significa eu te amo.

Um comentário:

Gabriel Fini disse...

Muito bom Leandro, eu sou um estudante em comunicação e não design, mas tomo a audácia em comentar seu texto num ponto, hoje vivemos a ditadura do descartável, os produtos são feitos com vida baixa útil, os relacionamentos duram até a "primeira briga", muito se fala, muito se usa. Mas chega um certo tempo que nos esquecemos do propósito, do processo, banalisamos o fato. Você falou fez analogia ao amor, tivemos um trágico exemplo de banalização do sentimento, o caso do sequestro em Santo André, não vou resgatar o fato, mas veja como a banalização do maor fez o cara matar pelo sentimento que "é da vida".
Leandro, hoje não é só o design que atravessa esta fase, mas todo o ser humano, no meu campo de ação é a mesma coisa, qualquer um acha que é jornalista sem saber o conceito da profissão.
Engraçado, isso só acontece em áreas relacionadadas a comunicação, você não vê nimguém fazendo uma ponte, um avião, um prédio sem estudo, ninguém vê uma pessoa comum fazendo uma cirurgia, mas jornalista, publicitário, design são áreas em que todos se acham capazes de atuar, mesmo sem a noção do conceito da profissão.
Mais uma prova que devemos parar fazer e pensar, "para que isso serve?"